O MARAVILHOSO
Diferentemente de Virgílio e Homero, Camões separa completamente a esfera dos deuses e a esfera histórica desde o princípio ao fim da viagem e da missão de Vasco da Gama. Os homens e os deuses não se tocam. As intervenções de Baco ou de Vénus manifestam-se sob a forma de fenómenos naturais (tempestades, correntes), humanas(conselheiros pérfidos, cristãos fingidos) ou de sonhos. É Vénus que salva o Gama numa tempestade, mas este não o sabe e agradece-o à Virgem. Camões seguiu com rigor metódico esta regra da separação do mundo maravilhoso e do mundo histórico de modo apoder afirmar a verdade histórica do seu poema.O Poeta não narra o regresso dos nautas a Lisboa (que segundo os cronistas foi acidentado). Com a partida de Calicute (IX, 16) pôs fim à narrativa histórica. A Ilha dos Amores não é um episódio do regresso: está fora da história, num plano puramente imaginário e simbólico. Os heróis encontram as deusas, casam com elas, tornando-se epopeia e dotados de atributos divinos. O tempo, o espaço, a história e a morte são abolidos.
António José Saraiva, Luís de Camões - Os Lusíadas ( adaptado )in Língua Portuguesa - 9º ano, pág.274
"O livro liberta, faz rir, chorar, amar e odiar, questionar e compreender. O livro enfraquece a nossa ignorância e fortalece o espírito, alerta-nos e transporta-nos para mundos maravilhosos e está tão perto..."
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Plano dos Deuses
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