sábado, 12 de fevereiro de 2011

A História de Inês de Castro


D. Pedro e D. Inês
Depois da decisão de Júpiter (no Consílio dos Deuses a armada de vasco da Gama enfrenta ainda alguns obstáculos, mas, com a ajuda de Vénus e o consentimento de Júpiter, chega a Melinde, onde é magnificamente recebida. El-rei de Melinde visita Gama e pede-lhe que lhe fale da História de Portugal (Canto II). Gama acede ao seu pedido e dá início à narração (Canto III). Entre os vários episódios da História de Portugal, relatou o de Inês de Castro.

 A história de Inês de Castro
D. Inês de Castro era uma fidalga galega, que fez parte da comitiva da infanta D. Constança de Castela, quando esta, em 1340, se deslocou a Portugal para casar com o príncipe D. Pedro. A beleza singular de D. Inês despertou desde logo a atenção do príncipe, que veio a apaixonar-se profundamente por ela. Desta paixão nasceu entre D. Pedro e D. Inês uma ligação amorosa que provocou escândalo na Corte portuguesa, motivo por que o rei resolveu intervir, expulsando do reino Inês de Castro, que veio a instalar-se no castelo de Albuquerque, na fronteira de Espanha. D. Constança morre de parto em 1345 e a ligação amorosa entre D. Pedro e D. Inês estreita-se ainda mais: contra a determinação do rei, D. Pedro manda que D. Inês regresse a Portugal e instala-a na sua própria casa, onde passam a viver uma vida de marido e mulher, de que nascem filhos.
Os conselheiros do rei chamaram a atenção de D. Afonso IV para os perigos que poderiam advir dessa circunstância, uma vez que seria natural antever a possibilidade de vir a criar-se uma influência dominante de Castela sobre a política portuguesa. E persuadiram o rei de que esse perigo poderia afastar-se definitivamente; para isso seria necessário matar D. Inês de Castro.
Quando D. Inês soube desta resolução, foi ter com o rei, rodeada dos filhos, para implorar misericórdia, uma vez que ela se considerava isenta de qualquer culpa. Mesmo assim, a execução de D. Inês efectuou-se em 7 de Janeiro de 1355, segundo o ritual e as práticas daquele tempo. Anos depois, em 1360, D. Pedro I, já então rei de Portugal, jurou, perante a sua corte, que havia casado clandestinamente com D. Inês um ano antes da sua morte e coroou-a rainha. Os seus túmulos estão, lado a lado, no Mosteiro de Alcobaça.
Este facto e a trasladação do corpo de Inês fizeram com que a lenda tivesse início.
Túmulo de Inês de Castro,
 Mosteiro de Alcobaça


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Consílio dos Deuses

Consílio dos Deuses, no Olimpo
 O episódio do "Consílio dos Deuses" [canto I -est. 20 a 41] integra o plano dos Deuses  paralelo ao plano da viagem e tem uma função alegórica, servindo para exaltar os feitos dos portugueses e para os engrandecer.
Os portugueses já estavam no Oceano Índico (“Já no largo oceano navegavam”)  e o tempo estava propício à viagem. Enquanto isso, os Deuses iam-se juntando no Olimpo, convocados por Júpiter, cujo objectivo da assembleia-geral era determinar se os portugueses deveriam ou não chegar ao seu tão desejado destino – a Índia.
Quem presidiu a reunião foi Júpiter, o deus de todos os Deuses, e todos eles estavam sentados de acordo com a hierarquia divina, ou seja , desde os mais importantes aos menos importantes.

  • Aqui tens uma ficha informativa com a análise de cada uma das estrofes/estâncias do episódio do Consílio dos Deuses:
Análise_ Consílio_Deuses

Plano dos Deuses

O  MARAVILHOSO

    Diferentemente de Virgílio e Homero, Camões separa completamente a esfera dos deuses e a esfera histórica desde o princípio ao fim da viagem e da missão de Vasco da Gama. Os homens e os deuses não se tocam. As intervenções de Baco ou de Vénus manifestam-se sob a forma de fenómenos naturais (tempestades, correntes), humanas
(conselheiros pérfidos, cristãos fingidos) ou de sonhos. É Vénus que salva o Gama numa tempestade, mas este não o sabe e agradece-o à Virgem. Camões seguiu com rigor metódico esta regra da separação do mundo maravilhoso e do mundo histórico de modo a 
poder afirmar a verdade histórica do seu poema.
    O Poeta não narra o regresso dos nautas a Lisboa (que segundo os cronistas foi acidentado). Com a partida de Calicute (IX, 16) pôs fim à narrativa histórica. A Ilha dos Amores não é um episódio do regresso: está fora da história, num plano puramente imaginário e simbólico. Os heróis encontram as deusas, casam com elas, tornando-se epopeia e dotados de atributos divinos. O tempo, o espaço, a história e a morte são abolidos.

                                 António José Saraiva, Luís de Camões - Os Lusíadas ( adaptado )
                                                    in Língua Portuguesa  -  9º ano, pág.274

Canto I - Início da narração

A armada de Vasco da Gama
Eis o 1º verso da estância 19:  “Já no largo oceano navegavam”.  

Como sabes, nesta estância inicia-se a narração da viagem de Vasco da Gama, referindo que a arrmada já se encontra  no Oceano Índico e o tempo está propício à viagem  (no momento em que os Deuses do Olimpo se reúnem em Consílio convocado por Júpiter, para decidirem se os Portugueses deverão chegar à Índia.).

 Aqui fica uma a breve análise da estância 19.

Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
Cobertos, onde as proas vão cortando
As marítimas águas consagradas,
Que do gado de Próteu são cortadas,

Assunto:

Nesta estrofe tem início a narração.
Encontramos a armada de Vasco da Gama no Oceano Índico, no canal de Moçambique – entre a costa etiópica e a Ilha de São Lourenço.
Esta foi a forma que Camões encontrou de respeitar uma das leis da epopeia clássica: iniciar a narração a meio da acção (“in medias res”).

A viagem decorria calmamente, com vento favorável.
Esta ideia é transmitida através do uso alternado dos verbos no pretérito imperfeito do indicativo (navegavam / respiravam / mostravam) e do gerúndio (apartando/ inchando) aos quais se junta o advérbio de modo (brandamente) e a perifrástica (vão cortando).
Desta associação resulta a ideia do movimento calmo e contínuo das naus que deslizam suavemente nas ondas inquietas.
Esta tranquilidade na viagem é reforçada pela ideia de que o mar só tem ondulação onde as proas passam e pela observação de que era possível ver os peixes a nadar no mar.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Análise da Proposição

Os Lusiadas-Analise Da Proposicao

A epopeia de Camões

Uma ficha informativa com a definição de epopeia, com a indicação das epopeias que Camões utilizou como fonte para escrever Os Lusíadas,com a estrutura interna e externa do poema épico camoniano e, ainda, com os diferentes planos- da viagem, mitológico, do poeta e da História:
Os_Lusiadas_-_Estrutura_e_Planos