terça-feira, 29 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

Para perceberes melhor a epopeia em estudo Os Lusíadas, de Luís de Camões, visualiza este documentário, em 5 partes, "Série Grandes Livros".

Episódios Presentes n'Os Lusíadas

Como sabes, n'Os Lusíadas existem diferentes episódios de acordo com os seus temas.
Para saberes mais, cicla em cada um deles: 

Episódios Mitológicos:
Concílio dos  Deuses no Olimpo
Concílio dos Deuses Marinhos

 Episódio Cavalheiresco:
Os Doze de Inglaterra

Episódios Bélicos:
Batalha de Ourique
Batalha do Salado
Batalha de Aljubarrota

Episódios Líricos:
A Fermosíssima Maria
Morte de Inês de Castro
Despedida do Restelo

Episódios Naturalistas:
Fogo de Santelmo e Tromba Marítima
Escorbuto
Tempestade

Episódios Simbólicos:
Velho do Restelo
Adamastor
Ilha dos Amores

A tempestade

A tempestade
Tendo deixado Melinde, a armada portuguesa continua a sua rota bem guarnecida de mantimentos e levando a bordo um piloto conhecedor daquelas paragens que o rei amigo lhe facultara. Os portugueses estão quase a chegar à Índia! Baco, apesar de todas as ciladas armadas aos portugueses, não consegue impedir que eles estejam a aproximar-se cada vez mais do seu objectivo. Então, num gesto de desespero, dirige-se ao reino de Neptuno e convence este Deus dos mares a desencadear uma tempestade que, duma vez por todas, arruine as esperanças dos portugueses.
E eis que numa noite calma em que a maior parte dos navegadores repousa e os que estavam de serviço se entretinham ouvindo histórias, são surpreeendidos por uma mudança súbita do tempo.

Aqui fica um vídeo com a declamação do episódio "A tempestade"

quinta-feira, 10 de março de 2011

Resumo do episódio O Adamastor

O Adamastor
"As naus portuguesas navegavam há cinco dias, estando junto do Cabo das Tormentas (futuro Cabo da Boa Esperança) quando subitamente aparece, perante o espanto dos marinheiros uma nuvem escura e imensa, que escondia o céu; o mar bramia e agitava-se, pressagiando uma ameaça terrível.
Desenha-se a imensa figura do Adamastor, gigante de aspecto horrendo e irado. O Poeta compara-o ao colosso de Rodes, não se poupando a adjectivos para a sua descrição. O monstro interpela os marinheiros aterrorizados, reduzidos pela sua presença avassaladora à dimensão de seres frágeis e indefesos. Censura-lhes a ambição, a constante procura do novo, a ousadia de invadirem domínios que jamais tinham sido atravessados.
Vasco da Gama enfrentando o próprio medo, ergue-se e frente àquela grandíssima estatura (59.5), ousa perguntar: Quem és tu? (49.3).O poeta mostra, com estes efeitos cenográficos e intensamente dramáticos, a sua concepção de valentia: herói não é aquele que não teme, mas o que supera o temor.
O gigante, irritado, profetiza a sua terrível vingança para os portugueses que ousarem por ali passar no futuro. Os segredos do mar nunca tinham sido a nenhum grande humano concedidos (42.3), e nem a coragem reconhecida do povo luso poderá alterar essa lei. Vasco da Gama fica a saber quais serão os destinos fatais de Pedro Álvares Cabral, Bartolomeu Dias, D. Francisco de Almeida e Manuel de Sousa Sepúlveda, com sua mulher e filhos, que irão morrer naquele local, a que D. João II dá o nome de Cabo da Boa Esperança.
Mas, diante da pergunta de Vasco da Gama, o Gigante muda o seu discurso. Explica que ele é o próprio Cabo Tormentoso, castigo que os deuses lhe deram pela sua paixão por Tétis, que o despreza. A cólera das suas primeiras palavras termina em lágrimas de dor. A nuvem negra desfaz-se, depois desta confidência.
O Adamastor condensa em si todos os medos que suscitava o Mar Tenebroso, com o imaginário domínio de forças sobrenaturais e maléficas. Mais um obstáculo vencido, à custa da coragem e inteligência de alguns Portugueses."

O Episódio das Despedidas em Belém

PRAIA DAS LÁGRIMAS
"No qual acto foi tanta a lágrima de todos, que neste dia tomou aquela praia posse das muitas que nela se derramam na partida das armadas que cada ano vão a estas partes que Vasco da Gama ia descobrir: de onde com razão lhe podemos chamar praia de lágrimas para os que vão e terra de prazer aos que vêm. E quando veio ao desfraldar das velas, que os mareantes, segundo seu uso, deram aquele alegre princípio de caminho, dizendo “boa viagem!”, – todolos que estavam na vista deles com uma piedosa humanidade dobraram estas lágrimas e começaram de os encomendar a Deus, e lançar juízos segundo o que cada um sentia daquela partida. Os navegantes, dado que com o fervor da obra e alvoroço daquela empresa embarcaram contentes, também, passado o termo do desferir das velas, vendo ficar em terra seus parentes e amigos e lembrando-lhe que sua viagem estava posta em esperança, e não em tempo certo nem lugar sabido, assim os acompanhavam em lágrimas como em o pensamento das cousas que em tam novos casos se representam na memória dos homens. Assi que, uns olhando para a terra, e outros para o mar, e juntamente todos ocupados em lágrimas e pensamento daquela incerta viagem, tanto estiveram prontos nisso té que os navios se alongaram do porto.
in, João de Barros, Ásia, Década I – Livro IV – Capítulo II

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A Batalha de Aljubarrota

Batalha de Aljubarrota – o «antes»

1. Quando o rei D. Fernando morreu, em 1383, a sua sucessora legítima era a sua única filha D. Beatriz.
2. O problema é que D. Beatriz era casada com D. João I, rei de Castela, o que podia pôr em risco a independência de Portugal em relação a Espanha, pois o nosso rei passaria a ser castelhano.
3. Assim, quando D. Beatriz se tornou rainha, os portugueses (os que tinham influência) não sabiam muito bem o que pensar. Uns aceitaram-na, mas outros não queriam obedecer-lhe.
4. D. Leonor Teles, a viúva do rei D. Fernando, aceitava bem esta situação, até porque era ela a regente do reino (a pessoa que reina em vez do rei - ou rainha).
5. Por seu turno, D. João, Mestre de Avis, meio-irmão de D. Fernando, era um dos portugueses que não queria D. Beatriz no trono.
6. Para enfraquecer o poder da rainha, D. João Mestre de Avis matou o Conde Andeiro, um castelhano que era o maior conselheiro de D. Leonor e que na verdade fazia a regência do trono por ela...
7. Com esta atitude, D. João Mestre de Avis ganhou o apoio do povo, da burguesia e de alguns nobres contra D. Beatriz.
8. Com medo do poder do Mestre de Avis, D. Leonor Teles pediu ajuda ao rei de Castela (ao genro) para impedir que D. Beatriz perdesse o trono.

Batalha de Aljubarrota – o cerco de Lisboa e a guerra

9. O rei de Castela também não gostou de ver a sua influência em Portugal ser diminuída, por isso mandou as suas tropas para Portugal e cercou Lisboa, onde estava D. João, Mestre de Avis.
10. O cerco de Lisboa foi um dos mais difíceis e longos da história de Portugal.
11. No entanto, as discussões entre o exército castelhano e a peste fizeram com que os portugueses não tivessem que se render...
12. Esta vitória deu ao Mestre de Avis uma notoriedade muito grande entre o povo português que o nomeou «defensor e regedor do reino».
13. Quem não gostou nada do novo ocupante do trono foram os castelhanos... E o rei de Castela ordenou uma nova invasão a Portugal.
14. O resultado foram várias batalhas entre os dois exércitos. Uma delas foi a batalha dos Atoleiros em 1384, o primeiro sítio onde se usou a "táctica do quadrado", que resultou muito bem!
15. A táctica do quadrado, que te explicaremos no próximo texto, era usada em "pequena" escala contra um exército proporcionalmente maior e foi inspirada nas tácticas de Alexandre Magno (retirada de um livro que D. Nuno Álvares Pereira tinha lido há pouco tempo).
16. Depois desta vitória portuguesa, as cortes de Coimbra decidiram, em Março de 1385, aclamar D. João Mestre de Avis como o novo rei de Portugal.
17. Assim terminou a Crise (de sucessão) de 1383-85.
18. Mas de todas as batalhas, a mais referida é a de Aljubarrota, no dia 14 de Agosto de 1385.

Batalha de Aljubarrota – a batalha

19. O grande herói desta batalha foi D. Nuno Álvares Pereira, um grande apoiante de D. João, Mestre de Avis, que decidiu não esperar em Lisboa pelos castelhanos e encontrar-se com eles a caminho de Leiria.
20. D. Nuno Álvares Pereira organizou um pequeno exército que combateu os castelhanos com besteiros e arqueiros a pé que formavam filas para derrubar os inimigos. Sabias que nesta batalha havia cavaleiros ingleses a ajudar o exército português?
21. D. Nuno aproveitou pequenas elevações do terreno, onde colocou arqueiros e besteiros. Mandou cavar fossos (chamados covas-de-lobo) disfarçados com folhas, para que os cavaleiros castelhanos lá caíssem.
22. Depois, dispôs as suas forças em três alas, sendo que uma delas (maior) ficava de reserva à retaguarda, comandada por D. João, Mestre de Avis.
23. À frente uma grande linha de soldados comandada pelo Condestável (D. Nuno) enfrentava de frente os castelhanos, dando-lhes a sensação de que estavam em vantagem.
24. A ala esquerda era a célebre ala dos namorados, que enfrentou bravamente os castelhanos, e a ala direita era conhecida por ala da madressilva, que, enquanto a primeira lutava, fazia chover flechas sobre o exército inimigo.
25. Quando os cavaleiros exército castelhano viram avançar os soldados portugueses a pé, recolheram um pouco as suas lanças, julgando que não seria necessário um esforço assim tão grande para os derrotar.
26. Imagina a sua surpresa quando as várias alas começaram a avançar e os rodearam!
27. Esta táctica militar, que ficou conhecida como a "táctica do quadrado", foi o segredo para a derrota dos castelhanos. Apesar da batalha sangrenta, as maiores perdas foram do exército castelhano que foi cercado de surpresa pelas tropas portuguesas.
28. O resultado foi a vitória dos portugueses frente a um exército muito superior, tanto em número como em armas!
29. Para teres uma ideia, os portugueses tinham 1700 lanças, 800 besteiros e 4000 peões; ao todo 6500 homens. Por seu turno, os castelhanos tinham 5000 lanças, 2000 cavalos, 8000 besteiros e 15 000 peões, num total de 30000 homens, com 700 carroças, milhares de animais carregando mantimentos e munições, 8000 cabeças de gado e muitos pajens e outra gente de serventia!
30. Esta batalha foi um marco muito importante na História de Portugal porque evitou que o País caísse nas mãos de Castela e perdesse a sua independência.

  • O resumo do episódio A Batalha de Aljubarrota, pode ser lido aqui

O Episódio de Inês de Castro

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