A armada de Vasco da Gama |
Eis o 1º verso da estância 19: “Já no largo oceano navegavam”.
Como sabes, nesta estância inicia-se a narração da viagem de Vasco da Gama, referindo que a arrmada já se encontra no Oceano Índico e o tempo está propício à viagem (no momento em que os Deuses do Olimpo se reúnem em Consílio convocado por Júpiter, para decidirem se os Portugueses deverão chegar à Índia.).
Aqui fica uma a breve análise da estância 19.
Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
Cobertos, onde as proas vão cortando
As marítimas águas consagradas,
Que do gado de Próteu são cortadas,
Assunto:
Nesta estrofe tem início a narração.
Encontramos a armada de Vasco da Gama no Oceano Índico, no canal de Moçambique – entre a costa etiópica e a Ilha de São Lourenço.
Esta foi a forma que Camões encontrou de respeitar uma das leis da epopeia clássica: iniciar a narração a meio da acção (“in medias res”).
A viagem decorria calmamente, com vento favorável.
Esta ideia é transmitida através do uso alternado dos verbos no pretérito imperfeito do indicativo (navegavam / respiravam / mostravam) e do gerúndio (apartando/ inchando) aos quais se junta o advérbio de modo (brandamente) e a perifrástica (vão cortando).
Desta associação resulta a ideia do movimento calmo e contínuo das naus que deslizam suavemente nas ondas inquietas.
Esta tranquilidade na viagem é reforçada pela ideia de que o mar só tem ondulação onde as proas passam e pela observação de que era possível ver os peixes a nadar no mar.
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